No habitual comentário semanal no Jornal da Noite da SIC, Luís Marques Mendes considerou o acordo de rendimentos entre o Governo, os patrões e a UGT positivo do ponto de vista social e político, para as pessoas e para as empresas.
“Um acordo a vários anos gera confiança”, afirmou, para argumentar que "para o Governo é uma grande vitória”, que limita as manifestações e greves e “ajuda a ter mais paz social”.
Contudo, em termos económicos, “vamos ser francos, é um programa conjuntural”, disse, questionando-se depois: “quando passar a guerra e a crise, vamos passar a crescer mais?”, para, por fim, declarar que “no plano estrutural faltou ambição”.
Em primeiro lugar, relativamente aos salários, o comentador assumiu ter algum risco o aumento previsto de cerca de 20% em vários anos, sem no entanto deixar de o considerar uma “boa notícia”.
“O risco é uma parte dos aumentos serem comidos pela inflação”, como acontecerá em 2023, com aumentos da ordem dos 5% para valores de inflação a rondar os 8%.
“Uma boa notícia” para Marques Mendes foi o aumento do salário mínimo paulatinamente até 2025 – algo que diz ser “socialmente necessário”.
Também as medidas específicas para os jovens caíram bem, no entendimento do comentador. “É a primeira vez, do que me recordo, que um acordo da concertação social tem medidas, e algumas significativas, especificamente para os jovens”, parabenizou.
Entre elas, a extinção do fundo de compensação do trabalho “que dará 600 milhões para as empresas – e uma parte deste dinheiro espera-se servir para as empresas ajudarem os trabalhadores com custos associados à habitação, como um subsídio de habitação”, assinalou ainda.
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