Líder parlamentar da IL diz que a liberdade deve inspirar ação política
“Os liberais são sempre contemporâneos e acompanham aquilo que é a evolução das sociedades”, declarou Rodrigo Saraiva à agência Lusa
O presidente do grupo parlamentar da Iniciativa Liberal (IL), Rodrigo Saraiva, realçou esta segunda-feira a importância da liberdade consagrada na Constituição de 1822 e defendeu que o conceito deve inspirar o partido na ação política.
“Temos de estar duplamente mobilizados. Para a denúncia e para a apresentação de propostas. Esta é a nossa forma de estar na política”, afirmou Rodrigo Saraiva, para frisar que, com a IL, “a liberdade fará sempre parte da solução”.
O deputado intervinha na abertura das primeiras Jornadas Parlamentares do partido, que decorrem hoje e na terça-feira, em Coimbra, sob o lema “Crescer em Portugal” e centradas especialmente nos problemas da educação, com o objetivo de “definir as prioridades legislativas” para o próximo ano parlamentar.
“Os liberais são sempre contemporâneos e acompanham aquilo que é a evolução das sociedades”, declarou Rodrigo Saraiva à agência Lusa, à margem dos trabalhos, num hotel da Baixa de Coimbra.
No entanto, “a democracia liberal é jogar com as regras que fazem parte do jogo”, acrescentou, ao ressalvar que, “mesmo que não concordemos com partes da Constituição atual [em vigor desde 1976, com algumas revisões], ela é a nossa Constituição”.
“A nossa Constituição é muito mais parecida com as constituições da América do Sul do que com as constituições da Europa das democracias liberais”, com os jovens portugueses a escolherem emigrar “para os países onde as políticas liberais funcionam”, o que, na sua opinião, importa que venha a acontecer também em Portugal.
O líder parlamentar recorreu várias vezes ao texto constitucional de 1822, designadamente ao seu artigo 2º, para fundamentar as opções políticas da IL: “A liberdade consiste em não ser obrigados a fazer o que a lei não manda, nem a deixar de fazer o que ela não proíbe”.
“Palavras tão válidas hoje, como há 200 anos, e que devem servir-nos de lema inspirador”, preconizou.
Rodrigo Saraiva criticou “o socialismo que tem desgovernado Portugal em 20 dos últimos 27 anos” e que “se contenta em conduzir o país para os escalões mais inferiores da Europa”.
“Como é possível que um Governo que enche a boca a falar em Estado social seja o que mais tem deixado degradar os serviços públicos? Como é possível um primeiro-ministro prometer médicos de família para todos e falhar esta promessa ao ponto de o número de cidadãos sem acesso a eles ter duplicado desde o início da anterior legislatura?”, perguntou, para lamentar que “existe uma diferença enorme entre a propaganda socialista e a realidade”.
Rodrigo Saraiva, dirigindo-se ao primeiro-ministro, avisou que António Costa “bem se pode ir preparando, que a Iniciativa Liberal lhe irá continuar a dar motivos para perder as estribeiras”.
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