1 outubro 2022 20:23

Os ministros da Economia, do Trabalho e das Finanças na reunião com patrões e sindicatos
Primeiro-ministro contrariou Costa Silva, que voltou a defender medidas fiscais transversais para as empresas
1 outubro 2022 20:23
Um com ar de quem “vive no país das maravilhas”, o outro de semblante carregado, parco nas palavras. Foi assim que o ministro das Finanças e o ministro da Economia, mediados pela ministra do Trabalho, apareceram esta quarta-feira na reunião da Comissão Permanente da Concertação Social, para apresentarem finalmente a proposta-base do Governo para aumentar salários e melhorar a competitividade da economia até 2026. O objetivo é chegar a acordo com patrões e sindicatos até à apresentação do Orçamento do Estado, mas o Governo admite derrapar até ao fim do mês. Problema: nem no momento em que, depois de muito adiar, o Governo põe finalmente uma proposta na mesa das negociações, há sintonia dentro do Governo.
Ao que o Expresso apurou junto de várias fontes, “quem liderou a reunião foi Fernando Medina”, com António Costa Silva a aparecer ao lado visivelmente “contido” e “apagado”, depois de os dois terem medido forças publicamente quanto à forma de reduzir o IRC para as empresas já no próximo ano. Costa Silva defendeu uma redução fiscal “significativa” e “transversal”, o que já tinha levado Fernando Medina a pôr um travão bruscamente: o que conta é o programa de Governo e nenhum ministro deveria “negociar em praça pública”.