Afinal, António Costa vai marcar presença na cerimónia de comemoração da Implantação da República, na próxima quarta-feira. Ao início da tarde, contudo, o gabinete do primeiro-ministro dava conta de que o primeiro-ministro não iria poder comparecer por “motivos pessoais”. Se assim fosse, era a ministra da Presidência e número dois do Governo, Mariana Vieira da Silva, que, iria representar o Governo.
A cerimónia do 5 de outubro é marcada pelo discurso do Presidente da República e do presidente da câmara de Lisboa, sendo que o representante do Governo não discursa. Será a estreia de Carlos Moedas nesse papel, uma vez que no ano passado já tinha marcado presença, mas a convite de Fernando Medina, por ter vencido as eleições uns dias antes. A posse de Moedas só aconteceu a 18 de outubro.
Uma alteração no horário previsto para a cerimónia, que só arranca às 12h em vez de começar às 10h, permite assim a António Costa estar presente. O primeiro-ministro só falhou a cerimónia em 2019, uma vez que o feriado calhou no dia anterior às eleições legislativas, o que levou à não comparência de António Costa, que além de primeiro-ministro era naquela altura candidato a mais um mandato.
Também no dia 10 de junho deste ano, dia de Portugal e das comunidades, António Costa viu-se forçado a cancelar a sua presença nas celebrações por “motivos de saúde”.
Os avisos de Marcelo: não desperdiçar bazuca
No ano passado, Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou a ocasição do discurso do 5 de outubro para apelar a um país mais “justo, mais inclusivo” e para voltar a pressionar o Governo a agarrar a oportunidade do novo quadro de fundos europeus e a entrar no novo ciclo económico pós-pandemia “nos primeiros” lugares da Europa, e não na cauda.
Meses antes de a Europa entrar numa guerra e numa crise energética e inflacionista de dimensões incertas, Marcelo pedia ao Governo que aproveitasse “os meios de financiamento adicionais com rigor, eficácia e transparência”. “Falhar a entrada a tempo é perder, sem apelo nem agravo, uma oportunidade que pode não voltar mais”, dizia na altura, com António Costa e Fernando Medina a ouvir.
Portugal tem “nos próximos anos uma ocasião única e irrepetível de reconstruir destinos, refazer esperanças, renovar sonhos”, continuava Marcelo. “A pensar em todos os portugueses, e desde logo nos que mais desesperam e, neles, nos mais jovens, que são quem mais sofre se essa ocasião passar ao nosso lado sem a assumirmos, não a podemos perder, não a vamos perder”, disse.
*artigo atualizado às 17h30 com a informação sobre a mudança de horário da cerimónia, que já permite a comparência de António Costa
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