Política

Santos Silva avisa direita para “absurdo” de pedir menos receita e mais despesa ao Estado

Augusto Santos Silva
Augusto Santos Silva
ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Presidente da Assembleia da República, e histórico socialista, considera que “é impossível” reduzir as receitas do Estado nesta altura, “baixando um imposto aqui, retirando uma receita acolá”. E atira à direita

O dirigente socialista Augusto Santos Silva considerou que se vive hoje “um daqueles períodos absurdos” em que a direita reclama, ao mesmo tempo, menos receita e mais despesa ao Estado, avisando que os portugueses “não gostam de coisas absurdas”.

O também presidente da Assembleia da República falava no lançamento do livro “Meio Século do Poder Local: As Marcas do Partido Socialista”, na qualidade de presidente do conselho coordenador do Fórum Mário Soares, que decorreu hoje em Lisboa.

“Quem está no Parlamento vê isso todos os dias: nós temos propostas à nossa esquerda e à nossa direita – é mais absurdo quando vem da direita – para reduzir as receitas do Estado, baixando um imposto aqui, retirando uma receita acolá, e ao mesmo tempo propostas para aumentar a despesa. Ora isso é impossível”, considerou.

Apesar de o seu discurso ter sido dirigido ao poder local, com Santos Silva a defender um caminho “seguro, prudente, consolidado” na vertente da descentralização de competências e do seu financiamento, o antigo ministro socialista deixou um aviso mais geral.

“A minha impressão como cidadão e a minha opinião técnica como sociólogo é que, mais uma vez, a direita vai perceber que os portugueses não gostam de coisas absurdas, gostam de lógica, e que sabem muito bem que, quem ao mesmo tempo propõe reduzir receita e aumentar despesa, não merece confiança”, afirmou.

Na sua intervenção, Augusto Santos Silva procurou explicar as grandes conclusões do livro, pedido pelo PS mas desenvolvido por uma equipa do ISCTE, no qual identificou apenas quatro partidos com implementação no território a nível autárquico – PS, PSD, PCP e CDS –, mas com vantagem para os socialistas.

“O PS é hoje o grande partido nacional e popular em Portugal e elege deputados em todos os círculos eleitorais como é também o único que lidera câmaras em todos os distritos, convém que não nos esqueçamos disto”, apontou.

Por isso, alertou, o PS deve acompanhar “o ritmo frenético da atividade política diária”, mas sem nunca esquecer “o retrato real, em quem as pessoas confiam para tratar das populações e dos territórios”.

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