A CGTP prometeu intensificar a luta, com greves, plenários e concentrações nos vários setores da administração pública, no âmbito de uma jornada que hoje começou e que culminará com manifestações em Lisboa e no Porto, a 15 de outubro.
A garantia foi dada hoje aos jornalistas pela secretária-geral da central sindical, Isabel Camarinha, durante uma manifestação, em Lisboa, destinada a assinalar o 43.º aniversário da criação legislativa do Serviço Nacional e que reuniu entre 200 a 300 pessoas.
A iniciativa foi da União dos Sindicatos de Lisboa e da plataforma Lisboa em Defesa do Serviço Nacional de Saúde, no âmbito da Campanha Nacional de Defesa e Reforço do SNS, promovida pela CGTP-IN.
Reunidos na praça do Saldanha pelas 15:00, os manifestantes desfilaram até ao Ministério da Saúde com cartazes e faixas contra “a destruição do SNS” e pela “valorização dos profissionais de saúde”.
O ex-deputado comunista Bernardino Soares juntou-se à manifestação para exigir do Governo mais investimento no Serviço Nacional de Saúde e criticar “anos de desinvestimento” no setor.
Ao longo do percurso em que gritaram palavras de ordem como “Basta, basta, basta, o SNS está à rasca”, foram sendo distribuídos panfletos com as razões do protesto: serviços e urgências encerrados temporariamente, precariedade laboral e “ritmos de trabalho violentos”.
De acordo com Isabel Camarinha, as condições de trabalho estão no topo das preocupações dos profissionais e o próximo mês será de intensificação da luta em várias frentes, “incluindo no SNS”. A dirigente sindical considerou também “inadmissível” os aumentos de 2% para a administração pública admitidos pelo primeiro-ministro, António Costa, em entrevista recente.
Os manifestantes insistiram que a saúde “não pode ser um negócio” e que é necessária e urgente uma reorganização e modernização dos serviços, que não depende dos titulares escolhidos, mas das políticas.
A estrutura sindical alega que Portugal é dos países da União Europeia onde a despesa corrente em saúde suportada pelas famílias é mais elevada e onde a população “cada vez tem mais dificuldade” no acesso aos serviços públicos de saúde.
“A degradação das condições de trabalho (a precariedade, a não valorização das carreiras, as remunerações, os elevados ritmos de trabalho) dos profissionais de saúde, a que o governo teima em não dar resposta, contribuem para a degradação do SNS e para a promoção do negócio privado da saúde em Portugal”, considera a organização no documento em que anuncia os motivos da manifestação.
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