A divergência instalou-se no arranque do ano político do PS, pelo menos de forma aparente. “Todos os socialistas, se forem de facto socialistas, querem avançar” com o chamado imposto sobre os lucros excessivos das empresas que estão a ser beneficiadas com a crise energética e a inflação, afirma um deputado ao Expresso, mas todos olham para o lado à espera de indicações. Agir, sim, mas quando? De que forma? O problema é a falta de orientação que está a vir de cima, por um lado, e a pressa que os socialistas têm em dar este “sinal político” ao mesmo tempo que as famílias e empresas médias passam dificuldades com o aumento dos preços. “Não podemos é ficar como os liberais da festa”, alerta um deputado.
Sexta-feira, Fernando Medina dizia, em Praga, que a questão dos preços da energia não se resolvia com taxas (“quando os preços forem controlados e diminuírem, também as receitas extraordinárias diminuem”). Segunda-feira, em entrevista à TVI-CNN, António Costa mostrava-se menos taxativo: o Governo estava a analisar o que estava a ser feito noutros países e, em função das especificidades do sistema fiscal português, o que fazia sentido aplicar. Não rejeitava o imposto. “Parece o ministro das Finanças a dizer que ‘não’ porque acha que o primeiro-ministro não quer, mas afinal o primeiro-ministro já quer”, comentava com o Expresso um socialista numa altura em que a desorientação se instalava na Batalha, local escolhido para a rentrée do PS.
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