10 setembro 2022 19:05

manuel de almeida
Decisões de olho na classe média e fé na fidelidade dos pensionistas. Mas só no próximo ano avaliará se quer ou consegue repor a perda de poder de compra dos pensionistas a partir de 2024. Palavra de ordem é certa: não perder a mão nas contas
10 setembro 2022 19:05
O plano anti-inflação era sensível, mais sensível do que o Governo tinha admitido em público, pelo que o diretor de comunicação acompanhou tudo nos bastidores do Palácio da Ajuda até ao momento em que António Costa começou os anúncios. Havia painéis com símbolos para cada uma das oito medidas (uma carteira, uma figura humana com uma bengala, uma chama de gás) e um slogan: “Famílias primeiro”. Um não, vários slogans num documento que depois circulou de forma viral pelas redes sociais, num passa-palavra tão ou mais eficaz do que as TV a passar em direto o discurso.
Nesse discurso, Costa anunciou que as pensões terão um aumento extra este ano e mais um crescimento em 2023 correspondente a metade do aumento previsto. Juntas, as medidas batem certo com o aumento esperado. Só que o primeiro-ministro não tirou a conclusão: dividindo o aumento e não aplicando a fórmula da lei, como tinha prometido em junho, as pensões futuras arriscam perdas permanentes.