Numa sessão na Universidade de Verão do PSD, sob o título “Portugal: Novas Desigualdades”, Miguel Poiares Maduro e Inês Palma Ramalho apontaram esta sexta-feira a mira ao Governo, com críticas à falta de ambição e estratégia do Executivo socialista. O ex-ministro do Governo de Passos Coelho e a vice-presidente do PSD defenderam que a falta de crescimento económico é um dos principais problemas do país com consequências nas últimas duas décadas.
“Somos um país que está estagnado nos últimos 25 anos, mas ao contrário do que pensamos essa pode não ser a nossa realidade ou destino. Em períodos longos crescemos sempre acima da Europa, nos últimos 25 anos é que não, em grande parte durante governos socialistas”, afirmou Miguel Poiares Maduro.
“O grande segredo socialista é ter convencido o país que a sua ambição é ser medíocre”, atirou.
Para o antigo ministro do PSD, a “única preocupação” que os socialistas têm com o crescimento é a “ocupação do Estado com o seu partido" o que é uma inibição democrática que é uma inibição ao crescimento económico".
“E ao acharem [os cidadãos] que o Estado de Direito não é isento e imparcial, mas um reflexo das preferências de um partido político, menor liberdade há no país, menor qualidade da democracia e menores perspetivas de crescimento económico”, prosseguiu.
Poiares Maduro dirigiu críticas diretas a António Costa, acusando o primeiro-ministro de ser especialista na gestão política que “é transformar o ato de governar num simples ato de gerir no imediato”.Críticas semelhantes, aliás, às já feitas durante a manhã por Paulo Rangel.
Também Inês Palma Ramalho afinou pelo mesmo diapasão, criticando a atuação do Executivo de Costa: “Ao contrário dos governos socialistas não trabalhamos na reação, mas na preparação do futuro”, declarou. A vice-presidente do PSD sublinhou que já se investiu em Portugal em fundos “o equivalente a 40% do PIB”, alertando para a oportunidade única da bazuca. “Nada se vai fazer sem crescimento Mas não nos podemos esquecer de uma coisa. O PSD não é Governo e o PS não se pode demitir da sua função de governar”, insistiu.
As desigualdades, frisou, “têm aumentado sob a égide do estamos a defender o Estado social de direito. "O resultado das políticas dos governos socialistas é o nivelamento por baixo, se não podemos todos ficar mais ricos, temos de ficar todos mais pobres.As políticas que têm sido feitas não são pelo crescimento, é pelo subsídio, é pelo financiamento. É tudo na base da reação, zero estratégia política de crescimento", reforçou.
Ambos os oradores saíram ainda em defesa de uma política ativa de atração e integração de imigrantes. A única solução face ao envelhecimento da população portuguesa e a baixa natalidade, com vista a garantir a sustentabilidade da Segurança Social. “Precisamos de todos os imigrantes, estamos tão perto do inverno demográfico que precisamos de toda a emigração”, disse Inês Palma Ramalho, defendendo a necessidade de assegurar condições para os emigrantes.
“Quem disser o contrário está apenas a explorar medos e instintos para seu benefício politico, mas para prejuízo do país”, corroborou Poiares Maduro, referindo-se aos partidos populistas.
A 18.ª Universidade de verão do PSD decorre até ao próximo domingo em Castelo de Vide. A iniciativa conjunta do PSD, JSD, Instituto Francisco Sá Carneiro e PPE visa dar formação política a jovens entre os 18 e 30 anos, a maioria sociais-democratas, mas também alguns independentes.
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