Depois de se ter demitido da vice-presidência do Chega por ter sido afastado da liderança do gabinete de estudos do partido, Gabriel Mithá Ribeiro garante agora “convergência plenamente alcançada” com o líder, André Ventura. Na semana passada, o deputado tinha pedido um “compromisso escrito” com Ventura, sinalizando que só ficaria no Chega com a condição de “negociações o mais breve possível”. Essa negociação foi concluída esta terça-feira “com uma reunião de trabalho, em que a convergência foi plenamente alcançada”. E em que o lugar de liderança do referido gabinete de estudos é devolvido a Mithá Ribeiro.
Numa curta nota assinada por Lúcia Loureiro, assessora de Mithá, e publicada nas redes sociais, lê-se que o deputado vai agora “liderar o processo de reestruturação do gabinete de estudos”, o motivo que estava no centro do diferendo e do pedido de demissão. Mithá Ribeiro, que foi responsável pelo programa eleitoral do Chega, tentava dar, no gabinete de estudos, alguma densidade ideológica ao partido.
O dirigente demitiu-se da vice-presidência do Chega a 9 de julho, tendo na semana passada feito saber o motivo que precipitou a decisão. A demissão tornava-se “inevitável face ao comunicado do meu afastamento do cargo de coordenador do Gabinete de Estudos por decisão de vossa excelência”, escreveu Mithá Ribeiro a André Ventura, num e-mail também publicado nas redes sociais. O dirigente tinha feito entretanto saber que iria continuar como deputado na Assembleia da República, independentemente do desfecho da negociação com o líder do Chega.
Ainda segundo a nota publicada esta quarta-feira, André Ventura “afastou de forma inequívoca quaisquer ligações do deputado à moção de confiança” que vai ser votada em plenário nos dias 17 e 18 de setembro. Em causa está a crença de Ventura de que “há hoje no partido uma fação” que contesta a atual direção, e que o levou a apresentar a moção de confiança — uma fação de que, garante agora Ventura, Mithá Ribeiro não faz parte.
Ventura e Mithá gravaram um vídeo conjunto, enviado à comunicação social, em que se congratulam pelo “crescimento do partido”, de que as divergências fazem parte. Mithá Ribeiro diz que é hora de “abrir o partido a intelectuais, académicos e pensadores” sem esquecer que o Chega “é um partido de base popular”. Já André Ventura garante que “todas as divergências são parte da dor de crescimento e nunca afetam, nem afetiram nem afetarão a nossa unidade”.
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