Política

PCP pede audição urgente de Governo sobre criação de recife artificial ao largo da Comporta

PCP pede audição urgente de Governo sobre criação de recife artificial ao largo da Comporta
JOSÉ SENA GOULÃO / Lusa

O partido comunista requereu uma audição na Assembleia da República a propósito de um pedido de utilização de uma área marítima ao largo da Comporta para criar um complexo recifal

O PCP pediu a audição urgente no parlamento da secretária de Estado das Pescas sobre a construção de um complexo recifal no mar ao largo da Comporta (Grândola) e também propôs ouvir os autarcas dos municípios envolvidos.

De acordo com um requerimento enviado à Lusa, datado de terça-feira, o PCP requereu a audição na Assembleia da República de Teresa Coelho e do diretor-geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, José Carlos Simão, a propósito de um pedido de utilização de uma área marítima ao largo da Comporta para criar um complexo recifal.

A consulta pública para este pedido findou na terça-feira e o projeto prevê a criação de um complexo de recifes com 10.000 metros quadrados ao largo do mar da Comporta, no município de Grândola, que poderá estender-se até 52 quilómetros quadrados.

O PCP entende que a criação destes extensos recifes artificiais poderá colocar em causa a pesca naquela região e que, segundo o partido, afetará inúmeras famílias.

O partido sustenta esta preocupação com o número de embarcações registadas nos portos mais próximos. No final de 2021 havia 483 embarcações com motor registadas no porto de Sesimbra, 405 em Setúbal e 145 em Sines, 145, 266 e 83 embarcações sem motor em cada um destes portos e ainda quase 1.000 pessoas registadas na pesca polivalente.

“Estes elementos evidenciam a importância que a atividade piscatória detém nesta região, sendo que dela depende o emprego e rendimento de centenas de pescadores e suas famílias”, argumentam os comunistas.

O partido também propõe que sejam ouvidos os autarcas dos municípios de Grândola, Sesimbra, Setúbal e Sines sobre este projeto-piloto, assim como as associações de profissionais da pesca desta região.

“É fundamental garantir que não são postas em causa atividades tão importantes como as do setor primário, em particular a pesca, cuja afetação trará, certamente, prejuízos económicos, sociais e culturais muito superiores aos eventuais lucros que uma nova atividade possa assegurar àqueles que agora se candidatam a explorar um recurso público”, sintetiza no requerimento a bancada comunista.

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