As posições dos partidos com representação parlamentar sobre a atribuição de vistos de turismo a cidadãos russos variam. Segundo o jornal “Público”, há quem queira esperar por uma orientação da União Europeia (UE), os que se opõem à medida e aqueles que consideram que é preciso controlar os vistos turísticos emitidos.
O PS e o Livre defendem a necessidade de concertação da União Europeia. “É um assunto que precisa seguramente de concertação no quadro da UE e que deve merecer da nossa parte todas as cautelas para poder utilizar, de forma adequada, todos os instrumentos de natureza diplomática”, diz uma fonte do PS. Já o Livre diz que “enquanto a Europa não tiver estabelecido um regime de vistos humanitários para dissidentes e opositores de guerra” não se deve “tomar posições nesta matéria de forma precipitada”, sob pena de “prejudicar aqueles que devemos proteger”.
O Chega admite “estudar a questão na óptica da penalização da Federação Russa”. André Ventura sublinha, no entanto, que é preciso ter em conta que a restrição aos vistos limita “a saída ou fuga de ativistas pró-democracia”.
Quanto à Iniciativa Liberal, o partido defende a imposição pela UE de “restrições de viagem” a “determinadas pessoas responsáveis por ações que comprometam ou ameacem a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia”. Contudo, não explicita se a medida deve ser aplicada aos cidadãos russos comuns.
O BE e o PCP consideram que a ideia alimenta a “estigmatização” e a “xenofobia” contra a população russa. “Consideramos que medidas que têm por base concepções xenófobas e de promoção do ódio só podem merecer o mais firme repúdio”, refere o PCP. Os bloquistas alertam para o perigo da “estigmatização dos cidadãos russos, muitos dos quais se opõem corajosamente à guerra”.
O PAN pede que se controlem os vistos. Inês Sousa Real diz que não faz “sentido que haja lugar à atribuição de vistos de turismo sem que haja lugar a uma criteriosa análise dos pedidos”, já que “sem um controlo rigoroso” esta pode ser uma forma de abrir “a porta à oligarquia próxima de [Vladimir] Putin”.
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