PCP e Bloco pedem medidas para "defender as pessoas" face ao aumento da inflação
Antigos parceiros do Governo alertam para o agravamento das dificuldades das famílias com o aumento de preços de bens essenciais
O Bloco de Esquerda considerou esta quarta-feira.que é “urgente defender as pessoas” perante a taxa de inflação "mais elevada dos últimos 30 anos", acusando o executivo de “aumentar a coleta fiscal” e de “recusar taxar os abusos nos preços”. Também o PCP já reforçou esta quarta-feira o apelo para que o Governo tome medidas para o controlo dos preços.
Numa publicação na rede social Twitter, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), Pedro Filipe Soares, reagiu ao anúncio do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), segundo o qual a taxa de inflação atingiu em julho os 9,1%, a mais elevada desde novembro de 1992.
Pedro Filipe Soares sublinha que a “inflação continua a bater recordes, em julho foi a mais elevada dos últimos 30 anos”, sendo “urgente defender as pessoas”. O líder parlamentar do BE defende que as “soluções para evitar perda de poder de compra” passam por “taxar os lucros abusivos, controlar os preços de energia e bens essenciais, e aumentar salários”.
Deixando críticas ao executivo de António Costa, Pedro Filipe Soares afirma que “o Governo garantia que a inflação seria temporária, aceita a perda generalizada de rendimentos e a desvalorização de salários, aumenta a coleta fiscal com a inflação, mas não apoia a economia, recusa taxar os abusos nos preços”. “Não é um Governo, é um desgoverno”, refere.
A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi 9,1%, em julho, taxa superior em 0,4 pontos percentuais à observada no mês anterior e a mais elevada desde novembro de 1992, confirmou hoje o INE.
“A variação homóloga do IPC foi 9,1% em julho de 2022, taxa superior em 0,4 p.p. [pontos percentuais] à registada no mês anterior e a mais elevada desde novembro de 1992”, informou o Instituto Nacional de Estatística (INE), confirmando, assim, os valores que tinha avançado na estimativa rápida divulgada em 29 de julho. O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) também acelerou, registando uma variação de 6,2% (6% em junho).
Números que levaram o PCP a defedner que o aumento da taxa de inflação para 9,1% em julho “só confirma que o aumento do custo de vida para as populações continua a ser uma realidade fortíssima, que tem de ser resolvida”.
Em conferência de imprensa na sede nacional do PCP, convocada apra falar sobre o estatuto do sns , Bernardino Soares, membro do Comité Central do PCP, reagiu ao anúncio feito esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) – segundo o qual a taxa de inflação em julho foi de 9,1%, a mais elevada desde novembro de 1992 – afirmando que “só confirma que o aumento do custo de vida para as populações continua a ser uma realidade fortíssima, que tem de ser resolvida”.
Bernardino Soares defendeu que, para se resolver o aumento do custo de vida, é necessário, em primeiro lugar, “valorizar rendimentos – os salários e as reformas -, como o PCP tem vindo a propor e o Governo tem vindo a rejeitar”.
O membro do Comité Central do PCP sustentou também que é necessário controlar “alguns dos fatores que mais contribuem para essa subida da inflação”, e designadamente ao agir sobre os preços em “matéria de energia e combustíveis, e também nos bens alimentares essenciais”.
Para Bernardino Soares, esses preços “podem ser regulados e controlados de outra forma”, “impedindo especulações que estão a existir, que se refletem nos lucros das grandes empresas, da grande distribuição e do setor energético, e que também se refletem na carteira dos portugueses”.
Nesta conferência de imprensa, Bernardino Soares foi ainda questionado sobre as críticas que têm sido feitas a artistas que irão participar na Festa do Avante, devido à posição do PCP sobre a guerra na Ucrânia.
O membro do Comité Central do PCP recusou responder diretamente à questão, afirmando que “a Festa do Avante vai ser, este ano, mais uma vez um grande evento político-cultural, onde a liberdade artística continua a ser uma presença constante na diversidade das expressões artísticas que ali estão, e este ano também estarão certamente, com grande sucesso”.
Interrogando novamente se não concorda com as críticas de que estão a ser alvo os artistas, Bernardino Soares respondeu: “Não tenho mais nenhum comentário a fazer sobre isso”.
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