
Liberais pedem a divulgação dos acordos assinados em 2009 e em 2019 com Paula Rego, assim como o inventário de obras da artista que são "efetivamente propriedade" do município e/ou da Fundação D. Luís
Liberais pedem a divulgação dos acordos assinados em 2009 e em 2019 com Paula Rego, assim como o inventário de obras da artista que são "efetivamente propriedade" do município e/ou da Fundação D. Luís
O Núcleo Territorial de Cascais da Iniciativa Liberal (IL) admite ver com "muita preocupação" a saída de inúmeras obras da Casa das Histórias Paula Rego e exige explicações da autarquia cascalense.
“Não compreendemos por que só agora a Câmara Municipal de Cascais (CMC) se preocupa em adquirir pinturas de Paula Rego, quando teve 12 anos para o fazer. Nem Carlos Carreiras, nem Miguel Pinto Luz (que foi administrador da entretanto extinta Fundação Paula Rego), se preocuparam com o futuro da Casa das Histórias Paula Rego", diz Miguel Barros, coordenador do Núcleo Territorial de Cascais da IL, em comunicado.
Os liberais solicitam, assim, que a câmara liderada por Carlos Carreiras divulgue os acordos assinados em 2009 e em 2019 com Paula Rego, assim como o inventário de obras da artista que são "efetivamente propriedade" do município e/ou da Fundação D. Luís. E pedem ainda esclarecimentos quanto às medidas que o executivo pretende tomar "para repor a importância e relevância" das obras de Paula Rego que estão expostas na Casa das Histórias.
"Assistimos a mais um exemplo da má gestão de dinheiros públicos deste executivo, da sua total inércia e falta de planeamento a longo prazo, e das habituais promessas que tudo se vai resolver, sem que o próprio executivo saiba como", acusa o dirigente dos liberais, lembrando que a obra arquitetónica, da autoria de Eduardo Souto Moura, teve um custo de mais de €5 milhões.
Apontando para "declarações contraditórias" sobre a eventual aquisição e empréstimo de obras da artista por parte da autarquia, os liberais consideram que é fundamental obter mais esclarecimentos por parte do executivo de Carlos Carreiras, que possam assegurar a continuidade da atividade da Casa das Histórias.
O Expresso avançou no final de julho que as obras mais importantes de Paula Rego, falecida no passado dia 8 junho, já não integram o acervo da Casa das Histórias, em Cascais. "O papel da Casa das Histórias não é ser o fiel depositário de uma coleção permanente", afirmou Nick Willing, filho da artista numa resposta enviada ao Expresso. Entretanto, a autarquia está a tentar adquirir quatro novas obras, mas as negociações ainda não estão fechadas.
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