Política

Marcelo diz sim a Bolsonaro, sem saber o que o espera

6 agosto 2022 19:10

Marcelo e Bolsonaro num encontro em Brasília, em janeiro de 2019, depois da posse do Presidente brasileiro

evaristo sa

Marcelo vai ao bicentenário do Brasil sem conhecer programa da festa, que vai servir para lançar campanha

6 agosto 2022 19:10

Marcelo Rebelo de Sousa aceitou, “há muito tempo”, estar presente nas cerimónias do bicentenário da independência do Brasil, mas foi na semana passada que deu o “sim” ao convite formal enviado pelo Presidente, Jair Bolsonaro. Isto apesar de não ser conhecido o programa oficial das celebrações em que Marcelo irá participar e no momento em que o tema está a causar crescente polémica por, em vésperas do arranque da campanha eleitoral brasileira, Bolsonaro ser acusado de aproveitar politicamente o momento para rampa de lançamento da corrida à reeleição. Fonte oficial de Belém garantiu ao Expresso que o Presidente “espera para ver os contornos da cerimónia”, mas está confiante que “no Palácio do Planalto [sede da presidência brasileira] as celebrações terão um caráter muito institucional”.

Marcelo Rebelo de Sousa é, até agora, o único alto dignitário português a confirmar a presença no Palácio do Planalto. O presidente da Câmara do Porto, que também foi convidado para o evento, irá no próximo dia 21 ao Brasil para entregar o coração de D. Pedro IV às autoridades brasileiras, mas regressa antes do Dia da Independência, segundo confirmou o Expresso junto do gabinete de Rui Moreira. Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, também viajará para o Brasil para as comemorações de 7 de setembro, mas estará apenas presente na sessão do Senado brasileiro que assinala os 200 anos da independência. Da parte do Governo ainda não houve confirmação sobre se a presença será nos eventos organizados pela Presidência ou pela Câmara de Deputados do Brasil. Segundo fonte oficial do gabinete do ministro João Gomes Cravinho, “o Governo estará representado por membro do Governo da área governativa dos negócios estrangeiros”, aguardando ainda o programa detalhado das celebrações para designar quem e como irá marcar a sua participação: resta saber se será um secretário de Estado ou o próprio ministro.