Rio deixa projetos de revisão constitucional e lei eleitoral para o próximo líder
Oposição de Luís Montenegro condicionou decisão da direção do PSD. Projetos ficam a aguardar pelas eleições diretas de 28 de maio
Oposição de Luís Montenegro condicionou decisão da direção do PSD. Projetos ficam a aguardar pelas eleições diretas de 28 de maio
A direção nacional do PSD e a direção da bancada parlamentar não vão para já entregar os projectos de revisão constitucional e de lei eleitoral, devido à oposição de Luís Montenegro, que entende que deve ser o novo líder eleito nas eleições diretas de dia 28 a tomar essa decisão.
Em Fevereiro o presidente do PSD tinha dito que ia deixar a revisão constitucional para o seu sucessor, mas há duas semanas a direção do grupo parlamentar, em conjugação com o líder, decidiu avançar com a inicaitiva política e levar o assunto à reunião do grupo parlamentar. A vontade de Rui Rio de ainda ser a sua direção a apresentar essas propostas que devia dar seguimento a duas reformas que defende há anos causou discussão no grupo parlamentar, pelo que o ainda líder do PSD disse que iria falar com os candidatos às diretas. Moreira da Silva disse publicamente que aceitava, mas Montenegro disse que não.
"Tal como era de prever por declarações públicas que ambos já tinham feito, o candidato Luís Montenegro não deu a sua concordância a que o PSD abrisse agora um processo de revisão constitucional, nem que entregasse na mesa da Assembleia da República o projeto de lei relativo ao sistema eleitoral", divulga esta sexta-feira o PSD em comunicado.
"Assim sendo, a direção nacional e a do Grupo Parlamentar irão respeitar essa vontade e não irão entregar os referidos diplomas para debate e decisão parlamentar", conclui o comunicado.
Em entrevista ao Expresso, publicada esta sexta-feira, mas gravada na quarta, Luís Montenegro disse que tinha recebido os projetos há dois dias e que ainda não os tinha analisado, mas mantinha a defesa de que deve ser o próximo líder a avançar com o processo. Já Moreira da Silva na quarta-feira ainda não tinha sido contactado. Este candidato aceitava que a atual direção avançasse com a entrega de propostas, mas queria ter capacidade para fazer alterações porque considera que, no que diz respeito à reforma do sistema político, é preciso "ir mais longe".
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: elourenco@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes