Política

Próximo líder da UGT deseja “evitar sempre o confronto”

9 abril 2022 8:59

Mário Mourão foi escolhido em novembro pela tendência sindical socialista

tiago miranda

Mário Mourão sucede a Carlos Silva e quer “desanuviar a tensão” com o PM

9 abril 2022 8:59

“Sou um não-alinhado”, diz Mário Mourão, o dirigente dos bancários do Norte que a partir do próximo dia 24 será o homem forte da UGT. Há anos que é dirigente do PS e chegou a deputado no último Governo de Sócrates, quando Francisco Assis era líder da bancada socialista. Mas enquanto dirigente da Federação do PS do Porto nunca apoiou o atual presidente do Conselho Económico e Social nas disputas que Assis travou a norte. Tal como preferiu António José Seguro quando António Costa decidiu que era hora de avançar para a liderança socialista. O mundo e a política dão muitas voltas e Mário Mourão vai em breve enfrentar de novo Costa e Assis. Os três em lugares diferentes, mas todos com o emblema socialista na lapela, o que em parte explica que os primeiros votos do novo líder da UGT vão para a tentativa de “desanuviar o clima de tensão existente entre o primeiro-ministro e o secretário-geral da central sindical”.

O senhor que se segue a Carlos Silva — e que será eleito no Congresso que dentro de duas semanas se realizará em Santarém — garante: “Sinceramente, esta questão da UGT não estava nas minhas ambições.” Numa conversa com o Expresso, o bancário que desde 2005 lidera o sindicato do Norte estava convencido de que, num esforço conjugado com as bases, “até era possível dar a volta a Carlos Silva” e convencer o até agora líder da central sindical a cumprir mais um mandato à frente dos destinos da UGT.