A administradora da SIRESP, S.A. — a empresa que gere o sistema de comunicações de segurança e emergência que o Governo nacionalizou depois da crise dos fogos —, enviou várias cartas à ministra da Administração Interna, Francisca Van Dunem, a que o Expresso teve acesso, em que acusa o secretário-geral do ministério, Marcelo Carvalho (e indiretamente o secretário de Estado Antero Luís) de favorecer a Motorola (empresa que já fornece os serviços) no caderno de encargos de um concurso que valerá mais de €100 milhões para preparar a modernização da rede. Trata-se de uma empresa do Estado a queixar-se que o Estado está a favorecer um fornecedor privado.
Nesses documentos, Sandra Perdigão Neves sublinha situações em que o Estado ficaria “na total dependência do atual fornecedor Motorola” e outros aspetos como os prazos contratuais, que atribuem “uma vantagem ‘de facto’ ao atual prestador de serviços”.