Na sessão de apresentação do e-book “Diários de Salazar (1933-1968)”, que decorreu no passado dia 10 na Torre do Tombo, o historiador António Araújo saudou a publicação da obra e criticou vivamente a “surpreendente decisão” do conselho editorial da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM), que “considerara que a edição destes diários, uma das fontes primordiais de consulta para a compreensão do século XX português, não era merecedora da chancela da imprensa do Estado”.
As negociações para a eventual publicação dos diários na editora do Estado decorreram durante largos meses, tendo sido conduzidas pelo diretor editorial e de cultura da INCM, Duarte Azinheira, e por Silvestre Lacerda, o diretor-geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, e, nessa qualidade, responsável pela Torre do Tombo, onde está depositado o importante Arquivo Oliveira Salazar, que inclui os famosos diários. Nas conversas participou igualmente a arquivista Madalena Garcia, autora do trabalho de transcrição, a que se dedicou durante nove anos, e a pessoa que melhor conhece o arquivo de Salazar, que, aliás, inventariou e organizou.