13 novembro 2020 10:50
pedro nunes
Presidente falou com o Representante da República e concordou que não havia alternativa. Eleições antecipadas deixariam os Açores seis meses em gestão. Politicamente, Marcelo acha um erro (e tarde) diabolizar o Chega
13 novembro 2020 10:50
Marcelo Rebelo de Sousa falou com o Representante da República nos Açores sobre o acordo de Governo apresentado pela direita para a região e não viu problemas na sua aceitação. Pelo contrário, apurou o Expresso, o Presidente da República concordou não haver alternativa. A esquerda não tinha uma solução maioritária e, perante os constrangimentos que a lei coloca à convocação de eleições, Marcelo nunca poderia marcá-las para antes do verão — caso obstaculizasse a solução apresentada pela direita. Deixar a região autónoma com um Governo de gestão durante seis meses foi considerado impensável, sobretudo no atual contexto de pandemia e quando se esperam milhões da Europa. O único problema passou a chamar-se Chega e não foi valorizado nem por Pedro Catarino nem por Marcelo Rebelo de Sousa ao ponto de entenderem que a solução de Governo apresentada pela coligação PSD/CDS/PPM (e que conta com o apoio do partido de André Ventura e do IL) devia ser rejeitada.
O Presidente da República passou os últimos dias a escapar quanto pôde da polémica em torno do acordo PSD/Chega e, politicamente, tentará evitar o confronto com os partidos que já o desafiam a dizer o que pensa desta parceria. Enquanto não assumir a sua recandidatura a Belém, Marcelo recusará, assim, responder a Marisa Matias e a Ana Gomes, suas adversárias na corrida presidencial, que já puxaram o tema para a ribalta. Mas mesmo na campanha não é líquido que o Presidente venha a alinhar com o discurso de diabolização de André Ventura.