Política

Grande Lisboa. Governo acaba com calamidade mas não muda (quase) nada

Grande Lisboa. Governo acaba com calamidade mas não muda (quase) nada
MIGUEL A. LOPES / Lusa

As 19 freguesias que estavam até agora referenciadas passam a ter as mesmas regras dos restantes territórios da Área Metropolitana de Lisboa mas as restrições mantêm-se - e podem durar até ao final de agosto

O Governo decidiu rever o nível de alerta decretado para as 19 freguesias da Grande Lisboa de calamidade para contingência mas as restrições vão manter-se em toda a área metropolitana: por outras palavras, os estabelecimentos comerciais fecham às 20h, os supermercados às 22h e os serviços de restauração às 23h - e continua interdita a venda de álcool depois das 20h e proibido o consumo de bebidas alcoólicas na via pública.

Em contrapartida, as feiras e mercados de levante podem reabrir mediante autorização das autarquias e depois de ouvida a Direção-Geral da Saúde, e passam a estar autorizados ajuntamentos de 10 pessoas - até agora só estavam autorizados ajuntamentos até cinco pessoas.

Tal como tinha antecipado o Expresso na edição deste sábado, as 19 freguesias vão ter agora o mesmo nível de resposta que a restante Área Metropolitana. Até ao momento, estes territórios — Santa Clara em Lisboa, seis freguesias de Sintra, duas de Loures e a totalidade dos concelhos de Odivelas e Amadora — estavam sujeitas ao dever cívico de recolhimento domiciliário, o que implica restrições na liberdade de circulação, os ajuntamentos estavam limitados a cinco pessoas e as feiras e os mercados de levante proibidos. Estas regras especiais deixam de existir no final de julho.

A decisão foi anunciada esta segunda-feira pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, depois da reunião com os cinco autarcas da região. Falando aos jornalistas, o governante sublinhou a "evolução claramente positiva" nestes territórios, que passaram dos 350 a 400 novos casos semanais para 202 (média) nos últimos 15 dias e 170 (atendendo apenas à última semana).

Eduardo Cabrita explicou ainda que a taxa de contágio do vírus (o chamado R) é agora inferior a 1, com indicadores que variam entre 0,7 e 0,8, o que significa que "cada novo caso tem uma capacidade de propagação de doença inferior a 1".

Atendendo aos números, o ministro assumiu a intenção de rever o estado de calamidade, argumentando que as “medidas devem ser aplicadas de uma forma transversal, intensiva, em toda a Área Metropolitana de Lisboa”.

A 13 de agosto, o Conselho de Ministros volta a reunir-se para avaliar as medidas impostas. A data é particularmente importante: a cidade de Lisboa vai acolher a Final Eight da Liga dos Campeões entre 12 e 23 de agosto, o que implicará, inevitavelmente, maior circulação de pessoas na capital e fora dela.

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