8 julho 2019 11:07
josé coelho/lusa
Primeiro-ministro reitera “confiança pessoal e política” no ex-ministro da Defesa. “Não tenho a menor das dúvidas que Azeredo Lopes não cometeu qualquer ilegalidade ou qualquer tipo de crime”, disse Costa, sobre o caso de Tancos
8 julho 2019 11:07
Três dias depois de Rui Rio se ter comprometido a baixar vários impostos (nomeadamente sobre o rendimento) na próxima legislatura, António Costa colocou também o alívio da carga fiscal como uma das suas prioridades para os próximos anos de governação. "Vamos continuar a prosseguir a trajetória de diminuição dos impostos sobre o trabalho, como tem acontecido ao longo desta legislatura”, assegurou o primeiro-ministro em entrevista à Rádio Renascença. “A classe média em particular precisa de poder continuar a ter um alívio fiscal importante para além da eliminação da sobretaxa, para além da aplicação dos novos escalões de IRS que já fizemos.”
Costa lembrou que "este ano, os portugueses pagaram menos mil milhões de euros de IRS do que teriam pago com os mesmos rendimentos em 2015" e assegurou que, se for reeleito em outubro, a "trajetória de redução dos impostos sobre o trabalho vai seguramente prosseguir".
A par desta promessa, o líder socialista colocou outro tema no topo da sua agenda: “Ao mesmo tempo, temos de continuar a prioridade crescente da nossa intervenção, que é a capacidade de resposta [e] a melhoria da qualidade dos serviços públicos.”
Confiança “total” em Azeredo, apesar de Tancos
Sobre o facto do ex-ministro da Defesa ter sido constituído arguido no âmbito da investigação ao roubo e devolução de armamento em Tancos, Costa garantiu que mantém a “solidariedade pessoal total” e a “confiança política total” no seu ex-governante. “Não tenho a menor das dúvidas de que Azeredo Lopes não cometeu qualquer ilegalidade ou qualquer tipo de crime”, respondeu, quando questionado se “põe as mão no fogo” pelo ex-ministro.
O chefe do Governo lembrou que “a Comissão Parlamentar de Inquérito foi inequívoca quanto à atuação do Governo e ausência de qualquer responsabilidade política”, e considerou “saudável que o sistema de Justiça queira também eliminar todas as dúvidas sobre essa matéria”. “Estou seguro que assim será”, disse Costa, embora frisando que a ordem de prioridades deve ser outra, “começando por punir os criminosos que roubaram e esclarecendo a forma como a Polícia Judiciária Militar recuperou o armamento roubado”.
Em tempo de balanço da legislatura, António Costa deu a nota “bom” à geringonça (mas não “excelente”). “Acho que foi bom e acho que superou generalizadamente as expectativas de muitos e os receios de alguns.”
O primeiro-ministro concordou que os salários têm de subir, não só no Estado mas também no sector privado, mas reiterou que o seu Governo não porá em causa o equilíbrio das contas públicas.