Crónica

Salman Rushdie

Mario Vargas llosa

26 agosto 2022 0:08

Escritor peruano, Prémio Nobel da Literatura, escreve sobre o encontro que teve com o ensaísta britânico, anos antes de este se tornar um “escritor maldito”

26 agosto 2022 0:08

Conheci Salman Rushdie antes de ele ser famoso, na Inglaterra dos anos oitenta. Tomámos um bom vinho espanhol em sua casa e fomos depois a uma partida de futebol, provavelmente para aplaudir a equipa do meu bairro, da qual então eu era adepto. Não sabia muito de Salman Rushdie, salvo que se tinha formado em Cambridge e que havia publicado várias novelas, entre outras “Os Filhos da Meia-Noite”, sobre a independência da Índia, que a mim me deslumbrou e que, parece-me, é a melhor novela que ele então escreveu. Nessa primeira conversa ele falou-me muito da novela latino-americana, que conhecia pelas traduções para inglês, feitas pelos editores norte-americanos na América.