12 agosto 2022 0:00
Escritor peruano, Prémio Nobel da Literatura, escreve sobre a realidade do “inconsciente”
12 agosto 2022 0:00
Antes da Segunda Guerra Mundial, a capital do Império Austro-Húngaro, Viena, era uma das capitais mais interessantes da Europa. Tanto do ponto de vista das artes plásticas como das criações científicas universitárias, era uma das cidades mais criativas do Velho Continente. Somente no campo económico, para designar um, os seus pensadores haviam assumido um liberalismo radical que defendia os postulados libertários, levando-o a um extremo radical e sem concessões. E noutros domínios, na mesma Viena, havia nascido um pouco à margem da publicidade, por explícito desejo dos seus membros, a Associação Psicanalítica Vienense (que depois passou a chamar-se Associação Psicanalítica Internacional), que teria um desenvolvimento polémico e discutível, ao mesmo tempo que conquistava cidades e países de maneira relativamente clandestina. Os membros desta associação, nos anos seguintes, persistiram, a começar pelo seu líder, o dr. Sigmund Freud, que acabava de realizar o seu velho sonho, ser membro docente na universidade em que havia estudado, graças a dois padrinhos poderosos: Hermann Nothnagel e Richard Von Krafft-Ebing, os quais o propuseram como professor extraordinário, algo com que ele sempre havia sonhado.