Se estivesse de facto muito preocupado com a qualidade da democracia e com a extinção do populismo, o PS só tinha de aceitar um governo minoritário da AD nos Açores, em Lisboa, na Conchinchina, porque é isso que fazem os democratas; respeitam o voto do povo, não diabolizam o adversário. Mas, a partir do momento em que ameaça com nova Geringonça ou, pior ainda, com uma aliança tácita com o Chega para derrubar a AD, este PS mostra a sua face: Pedro Nuno Santos é um bloquista de fato e gravata
São muitos anos de poder e sobranceria; são muitos anos – talvez 50 – a pensar que têm o direito divino de mandar, que são os filhos do regime enquanto que os outros são apenas enteados. Se um político do PS é acusado pela justiça, nasce logo a tese da cabala. Quando os outros são acusados, não há cabala, é a normalidade do estado de direito. E o pior, a meu ver, está na forma como o PS está a deturpar a cultura democrática. Uma deturpação que pode ser resumida numa frase: quando perde eleições, o PS muda as regras do jogo; faz lembrar aquele rufia do pátio, que, perante a iminente derrota, agarra na bola para dizer “a bola é minha”.
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