26 maio 2023 0:02
Com ele vai um pouco de nós. Ficam os livros. A saudade, palavra que lhe tentei traduzir sem sucesso
26 maio 2023 0:02
É uma pena, em certos casos, não poderem os mortos ler os obituários que lhes são dedicados. Dando como adquirida a extinção e a impossibilidade de aceder aos terrenos assuntos. Martin Amis teria decerto uma frase inteligente, refulgente e definitiva, talvez ofensiva, sobre os seus obituários. A morte, e mais ainda a morte súbita, um bocado inesperada apesar da doença, e prematura aos 73 anos, transforma a inimizade e o rancor em bonomia e amável vigilância. Não que ele fosse um santo, ninguém chegou tão longe, mas foi finalmente pousada na cabeça jazente a coroa que durante tanto tempo foi negada. O melhor e maior escritor inglês da segunda metade do século XX.
Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.