Não demitir Galamba seria uma provocação ao Presidente. E foi isso que salvou um ministro que tinha de ser demitido. Costa quer o tudo ou nada para que, de alguma forma, Marcelo o empurrou: ou o deixa em paz ou marca novas eleições. Se Marcelo se fica, fragiliza-se. Se reage, provoca uma crise política. E estamos nisto, num país que precisava de adultos a liderá-lo
Não me vou dedicar aos deprimentes episódios do filme do Ministério das Infraestruturas, até porque conheço demasiado bem os dois principais envolvidos. Tenho as minhas convicções, mas elas são irrelevantes. A parte que não é política deste caso será decidida por um juiz e eu não sou juiz. Nem António Costa.
Uma das questões politicamente relevantes ficou resolvida: seja porque o ministro o quis, apesar do adjunto querer “sonegar” durante três meses um documento embaraçoso para o governo e indiferente para ele próprio, seja porque o adjunto avisou que se fosse chamado à CPI teria de falar da sua existência, as notas da reunião entre o grupo parlamentar do PS e a CEO da TAP foram entregues à Comissão de Inquérito. Não tivesse chegado à imprensa, seria um mero desentendimento dentro do gabinete. O que não se resolveu foi o facto de, mesmo assim, o ministro ter deixado escalar o caso até o levar, ele mesmo, para a comunicação social.
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