Quando dizemos que um corpo grande é feio ou imoral per se, estamos a moralizar a biologia. A morfologia de uma pessoa não é boa nem má, é o que é. É como a cor da pele ou a orientação sexual. Portanto, quando dizemos que a natureza voluptuosa de uma pessoa é má ou feia, estamos mesmo a entrar no mal mais profundo, porque estamos a atacar a algo que não pode ser mudado, algo que está para lá do livre arbítrio
É um pouco estranho. Vivemos a era da diversidade e da tolerância. Vivemos a era que proíbe críticas e piadas em relação às mais diversas “minorias”, mas há um grupo de pessoas que está sempre na linha de tiro: os gordos, as pessoas grandes. O preconceito contra o "badocha" é o único que ainda não tem um preço alto. Na era da tal diversidade, é mesmo incompreensível assistirmos a esta sanha, até porque confunde questões médicas com questões estéticas e culturais.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes