24 março 2023 0:04
É uma nobre tradição, a de expulsar a inteligência e a competência, incluindo a própria
24 março 2023 0:04
Desde 1496 que andamos nisto. No dia 5 de dezembro desse ano, o rei D. Manuel I decretou a expulsão dos judeus, obrigados a abandonar o país até outubro do ano seguinte. De caminho, os mouros foram arrebanhados e metidos no embrulho. Se os judeus não acatassem a ordem seriam condenados à morte e os bens confiscados pela Coroa de Portugal. Esta Coroa de Portugal tem hoje como equivalente o Estado. Com este ato asinino, um dos muitos em que somos peritos, a inteligência foi para outras paragens ou foi obrigada a converter-se à pressa e a esconder-se, clandestinos os cultos e a religião. A expulsão fazia parte do contrato de casamento entre o nosso rei e a princesa das Astúrias, e era uma requisição, uma imposição dos Reis Católicos, que já tinham procedido à expulsão, em 1494, de todos os infiéis ao catolicismo fundamentalista, como se diz agora.
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