Uma vez mais, Portugal é campeão mundial da felicidade assim-assim, do “cá se vai indo, uns dias melhor, outros dias pior”
Ora aqui está uma palavra que, no nosso país cheio de sol e graça, levanta as maiores reservas. O substantivo “felicidade” e o adjetivo que lhe corresponde, quando não são ditos em surdina, como se se estivesse na posse de um segredo terrível e maravilhoso, são palavras essencialmente irónicas, que pretendem dizer o contrário do seu significado. Quando se quer ser genuíno, fala-se em felicidade, confessa-se que se é feliz, e no rosto do interlocutor acende-se um sorriso sardónico, demoníaco, um sorriso temperado de desilusões e desgostos passados e que diz: “coitadinho! Andas tão enganado!”
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