Se a promessa do “fim da dor” acabou em centenas de milhares de mortes por overdose, então convém ter muito cuidado com a promessa do “fim dos gordos”. Se não tenho dúvidas sobre a importância da ciência farmacêutica, também não tenho dúvidas em dizer que há material abundante para fazermos um livro negro da indústria farmacêutica, um livro mais denso e fascinante do que livro negro das tabaqueiras
Uma farmacêutica americana diz que tem um medicamento (projetado em primeiro lugar para a diabetes) que acaba com “os gordos” - Ozempic, o Olimpo da magreza. Esqueçam hábitos remotamente saudáveis como andar a pé e não andar apenas de carro. Esqueçam hábitos remotamente óbvios como fazer refeições normais e não comer apenas fast food. Esqueçam a ideia de que há e haverá sempre corpos grandes e que forçar esses corpos a entrar na magreza é uma violência com consequências graves; há mais acidentes cardíacos nos gordos em permanente dietas, porque os músculos, a começar nos músculos do coração, não aguentam tantas oscilações - Leiam a este respeito "The Eating Instinct, Food Culture, Body Image and Guilt in America", de Virginia Sole-Smith.
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