Antes de criticarmos a falta de sentido familiar e laboral dos jovens adultos, importa perguntar uma coisa: a infernal conciliação trabalho/família, que provocou e provoca os divórcios em massa dos pais destes jovens, não é em si mesmo a causa direta da aversão dos tais Millennials e da Geração Z em relação ao casamento e mesmo em relação a uma ética de trabalho demasiado forte?
Li há dias uma peça muito interessante no NY Times sobre a relação entre os jovens adultos (Millennials nos 30/40 anos e Geração Z nos 20/30 anos) e a família, o casamento, os filhos. As diferenças em relação às gerações passadas são brutais. A percentagem de jovens adultos casados e com filhos é hoje incrivelmente mais baixa. Em 2019, só 30% dos Millennials vivia com marido/mulher e um ou mais filhos. Em 1968, a percentagem era de 70%. Estes números são americanos, mas refletem uma realidade que também é portuguesa e europeia.
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