É por isso que depois tropeçamos no grande tabu: o que fazer quando o migrante, negro ou castanho, é o agressor, sobretudo o agressor machista e homofóbico? O silêncio é a resposta. Este apagão hipócrita, snobe e tão de esquerda, dificulta ainda mais a vida destas meninas e mulheres negras e/ou muçulmanas
Os migrantes só existem nas narrativas oficiais e oficiosas quando são vítimas de um ataque racista. O papel destas pessoas, os migrantes negros e castanhos, é este: são vítimas passivas do racismo branco. Não existem fora desta lente. Não existem quando são explorados por um capitalismo 2.0 injusto e assimétrico. Não é por acaso que o capitalismo financia a agenda woke. Em resultado, estas pessoas não existem como “pobres”, porque a pobreza já não é uma causa desta esquerda politicamente correta objetivamente aliada do capitalismo. Integrá-las na economia com decência não é uma prioridade; da mesma forma, integrá-los culturalmente nos nossos valores também não é uma prioridade. A "aculturação" ou "integração" até são vistas como um pecado.
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