A imunidade parlamentar não serve para proteger políticos, que nunca deixaram de ser julgados por crimes que cometeram por causa dela, mas para proteger a representação livre do nosso voto e garantir a separação de poderes. Perante o exercício da liberdade de expressão, a AR tem procurado coerência, levantando-a quando estão em causa factos e os destinatários não fazem pate do jogo parlamentar. Se fosse levantada a Catarina Martins, um juiz iria avaliar se tinha razões fundadas para dizer que os deputados do Chega são racistas. Os juízes não são árbitros políticos. Somos nós
Há uns dias, os 12 deputados do Chega brindaram o país com mais um momento de selvajaria parlamentar, exibindo cartazes com a cara de Catarina Martins, a palavra “impunidade” e batendo ruidosamente na bancada, protestando contra o resultado democrático de uma votação. Não vou perder mais tempo do que isto com o momento circense, porque ele foi encenado para perdermos tempo com ele. Mas não é mau esclarecermos algumas coisas sobre a imunidade parlamentar quando a demagogia se espalha mais depressa do que incendio num pinhal.
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