O Governo pôs-se a jeito ou tem falta de jeito? Pôr-se a jeito é uma narrativa que dá jeito ou sem jeito nenhum? E António Costa? É um primeiro-ministro jeitoso?
Jeito é uma palavra ambígua. Basta pensar que a expressão “dar um jeito” tanto pode significar resolver um problema como dar cabo das costas. O jeito pode ser a maneira peculiar de um indivíduo ou uma aptidão que não é bem um talento. E a uma aptidão que não é bem um talento chama-se jeito. Ter jeito para alguma coisa não é indicador de um futuro risonho porque aqueles que, desde cedo, revelam ter jeito raramente saem do rés-do-chão dos jeitosos. A partir de uma certa idade, ser jeitoso é quase um insulto, variante da chico-espertice, um certificado de potencial desperdiçado. Digamos que o jeitoso não quer e o desajeitado não pode (embora no peito de um desajeitado também bata um coração).
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