PRR, palco das Jornadas, indemnizações a administradores, Portugal nada em abundância e escorrem milhões. Os professores não haveriam de notar quando lhes é dito que não podem receber pelo que trabalharam?
Esboçando algumas pequenas cedências, o Governo parece nem ter percebido a razão da raiva das professoras e professores, nem o que deve fazer para concluir uma negociação que resolva estes problemas. O facto é que as pessoas que aguentam a educação e que procuram salvá-la no meio de um marasmo de burocracia, de desarranjos sociais e de tensões familiares que são despejados na escola já não suportam a lengalenga das meias medidas e das meias palavras. Na palavra “respeito” resumem tudo – exatamente a mesma que mostraram a outra maioria absoluta do PS, que alienou a escola a quem tinha declarado um “amor” infindo ainda há pouco tempo.
Entretanto, o Governo vai atirando soluções que criam novos problemas: vincula uns professores precários e não outros; permite a subida de escalão para alguns mas não para toda a gente que acumulou o mesmo problema. Por cada medida, os professores perguntam-se quem fica de fora e, pior, se é mesmo para valer ou se é conversa de salão. A desconfiança é fundada em décadas de promessas e de desinteresse pela escola, garrotada entre restrições orçamentais, arrogâncias ministeriais e despreocupação em relação ao percurso pedagógico dos estudantes.
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