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Opinião

Mundial 2030: e se passássemos para outra fase?

O que me assusta não são os elefantes brancos, que já não teremos de construir. É, além das regras terceiro-mundistas que a FIFA impõe, a demonstração de que o nosso chip não mudou e que em vez de usarmos os recursos do turismo para diversificar a economia e depender cada vez menos dele, insistimos no que correu bem até correr mal. Nos efeitos para a habitação já está a correr mal. Passemos para outra fase. Porque este Mundial será muito mais barato, mas também muito mais inútil

Quatro golos decidiram a final do mundial de 1978. O último (terceiro da Argentina, dois no prolongamento) chegou no dealbar de 120 minutos marcados pela ausência do que deveria ser, à época, o melhor jogador do mundo: Johan Cruyff. Espalhou-se a ideia de que esteve ausente porque boicotou um mundial organizado para limpar a imagem da brutal ditadura argentina. E minutos depois daquele golo, de facto, o capitão argentino, Passarela, recebia o troféu das mãos do general Videla. A pouco mais de um quilómetro, na Escola de Marinha Naval, centenas de prisioneiros políticos enchiam o maior campo de concentração do regime militar. Na realidade, foram outras as razões para Cruyff não ir ao Mundial. Mas o mito persistiu como história alternativa para que não nos envergonhássemos com a cumplicidade geral.

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