13 janeiro 2023 2:47
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Quando ensino aos meus alunos para que servem e como funcionam os mecanismos de avaliação de integridade pessoal (mais conhecidos com as expressões inglesas vetting ou fit and proper test), costumo começar com um exemplo bastante óbvio. Imaginem alguém, candidato a certas funções numa organização internacional que exigem elevado grau de confiança pública, que foi condenado por crimes e esteve preso vários anos. Deve esta pessoa ser chumbada nessa avaliação e impedida de exercer essas funções? A resposta, praticamente unânime, é sim. Eu concluo: “Então vocês proibiam Nelson Mandela de exercer essas funções...” A provocação tem uma razão de ser: expor a dificuldade de decidir todas as questões éticas através de regras fechadas. Nenhuma regra consegue prever todas as circunstâncias. Naquele caso, a regra geral tem sentido, mas em certos casos a prisão pode ter ocorrido por motivos que demonstram a integridade da pessoa, em vez de a colocar em causa.