Opinião

António Mega Ferreira

30 dezembro 2022 1:06

1949-2022 O que começava, transformava-o. Foi um intelectual de ação único

30 dezembro 2022 1:06

Quando viro o espelho retrovisor da memória para o percurso da minha já longa vida, é sob a forma de palavras que as diversas etapas, episódios ou afetos me aparecem.” Assim começa “Roteiro Afetivo de Palavras Perdidas” (Tinta-da-China), o derradeiro livro que António Mega Ferreira publicou, em outubro de 2022. Nos últimos anos era disto que se ocupava, de escrever livros. Acima de qualquer outra atividade. E foi prolífico. Entre 2017 e 2022, da sua pena saíram 15 volumes, dos mais de 40 que compõem a sua obra. “Sou prisioneiro das palavras; fora delas, não reconheço o mundo nem sei que cor lhe deva atribuir. Não toco piano, não desenho, não esculpo. Escrevo, e, embora isso não me baste, é com esse pouco que tenho de me conformar”, lê-se ainda no último de todos.