Durante as últimas décadas acreditou-se que um mundo multipolar seria necessariamente melhor. Não é. Os poderes intermédios com que temos de negociar têm interesses próprios que não são necessariamente bons. Está de volta algum realismo
A ideia de que um mundo multipolar e multilateral será um mundo melhor é generosa e optimista, mas não é necessariamente verdadeira. Como se tem visto.
A definição bondosa do mundo multipolar é que serão muitos, em vez de um ou dois grandes poderes, a definirem as regras e as circunstâncias das relações internacionais. E a ideia optimista com que nos apresentam o multilateralismo é que se trata de uma forma de gerir conflitos e resolver problemas através da cooperação entre vários estados, superando alguma conflitualidade. O que se tem tentado fazer desde o fim da IIª Guerra Mundial, e bem. Mas a ideia de que num mundo multipolar, como seria o mundo pós-Guerra Fria, haveria mais e melhor multilateralismo é, no mínimo, duvidosa.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes