Ser um católico conservador pode influenciar as convicções e as decisões de Marcelo. O que parece discutível é o Presidente de um Estado laico lamentar junto de outros católicos o facto de o deixarem demasiado sozinho na “espinhosa” tarefa de resistir à mudança cultural do país. É lamentável ter sido o Presidente a trazer para um debate político e penal a questão religiosa. Felizmente, o país mudou mais do que Marcelo. Os católicos continuam a participar na vida cívica. Só não são, como não se espera que sejam em sociedades livres, um corpo político uniforme e obediente
No lançamento do livro "Professor Mário Pinto", na Universidade Católica, perante Passos Coelho e Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa atribui a aprovação da lei da eutanásia à “menor presença ou relevância de católicos nas decisões coletivas”. E responsabilizou a "indiferença de bastantes” por “recusa a abordar a substância, preferindo a forma, ou por resignação cívica ou por afastamento antissistémico". Lamentou que as exceções estivessem “cada vez mais circunscritas a clássicas áreas do posicionamento católico, não necessariamente às mais representativas nas decisões coletivas ou comunitárias".
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