9 dezembro 2022 0:16
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Há muito que se conhece a relação entre crescimento e capital humano. Países com trabalhadores mais qualificados são mais prósperos. Estudar tem retorno macroeconómico e traz ganhos individuais: mais anos de escolaridade traduzem-se em melhores salários e em profissões com menores riscos para a saúde. As evidências estão aí, mas, apesar disso, algumas crenças populares insistem em desafiá-las. É compreensível que assim seja quando falamos da avaliação da vertente macro. Não é habitual cruzarmo-nos na rua com estimativas do impacto do capital humano no PIB. Já é menos compreensível quando se trata de aferir as vantagens individuais da educação. Mas a verdade é que floresce frequentemente a ideia de que estudar é tempo perdido e de que há incontáveis casos de sucesso de quem nunca avançou muito na escolaridade. Crenças que oscilam ao sabor de crises, de ciclos económicos ou de acontecimentos mais ou menos aleatórios. Não têm sustentação nos factos, ainda que alguns indicadores, interpretados de forma ligeira, possam alimentar estas leituras erradas.