2 dezembro 2022 1:32
Só falavam russo; mostravam nojo quando tocavam ao de leve no inglês; descer do russo para o inglês era como descer do banquete real para a sandes de torresmos
2 dezembro 2022 1:32
Há uns anos vivi e estudei uns meses numa base militar americana nos Alpes alemães, um microcosmo que me permitiu conhecer oficiais e diplomatas sobretudo da Europa de Leste. E não há como fugir à evidência: os russos deixaram-me uma impressão horrível, para usar um eufemismo. Eram fechados, paroquiais, nacionalistas, e esse fechamento mental começava na relação com a língua. Só falavam russo; mostravam nojo quando tocavam ao de leve no inglês; descer do russo para o inglês era como descer do banquete real para a sandes de torresmos. Estudei depois o tema e não tenho dúvidas de que o nacionalismo russo começa nesta soberba linguística; eles acham que o russo é de facto a língua escolhida, a arca que contém o código bizantino que acede diretamente a Deus e à verdade.