18 novembro 2022 0:05
O estouro da FTX, mais um no universo cripto, mostra bem o perigo de deixar estes negócios sem controlo. São moedas virtuais que fazem estragos bem reais
18 novembro 2022 0:05
Era uma vez um jovem empresário chamado Sam Bankman-Fried — nome de guerra S.B.F. — que entrou no mundo das criptomoedas em 2018 e, em pouco tempo, tornou-se um dos homens mais ricos do mundo. Em setembro, quando ainda valia mais de 20 mil milhões de dólares — já o bitcoin levava um trambolhão de 60% —, ouvíamo-lo tranquilamente admitir, numa entrevista a David Rubinstein na Bloomberg, que o sector teria um “caminho com sobressaltos” pela frente. Chato, sem dúvida, para quem anda na compra e venda destes ativos virtuais. Mas nada de particularmente grave, assegurava S.B.F., uma espécie de guru/deus/messias/líder/influencer do universo cripto, dedicado agora à filantropia, ao resgate de concorrentes e aos donativos políticos. Descrevia-nos então o modelo de negócio da sua FTX: “Chamamos-lhe bolsa de criptomoedas, mas é a combinação de vários negócios diferentes.”