Opinião

Guilherme de Pádua

11 novembro 2022 0:15

1969-2022 Ex-actor — e mais tarde pastor de uma igreja baptista —, ficou conhecido no Brasil por ter assassinado brutalmente a actriz Daniella Perez, colega de elenco e par romântico numa novela da Globo

11 novembro 2022 0:15

Bem morrido”, disse o meu barbeiro brasileiro quando lhe dei a nova do falecimento de Guilherme de Pádua, de seu nome completo Guilherme de Pádua Thomaz, actor e pastor nascido em Belo Horizonte aos 2 de Novembro de 1969 e aí encontrado morto, na banheira de sua casa, 53 anos e quatro dias depois. O óbito foi confirmado numa live do pastor Márcio Valadão, da igreja baptista da Lagoinha — “ele ‘tava dentro de casa, caiu e morreu”, escreveu o pastor num post, posteriormente apagado —, e ficou a dever-se, parece, a enfarte do miocárdio, tirando de cena aquele que, nos idos de 1992, protagonizou um dos crimes mais hediondos num país tão fértil deles, o brutal assassínio da actriz e bailarina Daniela Ferrante Perez Gazolla, para os amigos “Danny”, morta aos 22 anos com 18 punhaladas que lhe perfuraram o pescoço, o pulmão e o coração. O homicídio fora motivado pelo ciúme e pelo desejo, que Pádua nutria, de um papel de maior relevo em “De Corpo e Alma”, a 46ª das “novelas das oito” que, desde 1965, a TV Globo exibe no seu horário mais nobre, logo a seguir ao “Jornal Nacional”, saga iniciada com “O Ébrio” e marcada, nos anos 70, por sucessos como “Selva de Pedra” ou “Dancing Days” e, na década seguinte, por “Água Viva”, “Roque Santeiro”, “Vale Tudo” e “Tieta”, a que se juntaram, no decénio de 1990, “Rainha da Sucata”, “O Rei do Gado”, “A Indomada” ou “Por Amor”.