Opinião

O efeito destrutivo da fome no mundo

4 novembro 2022 0:21

Segundo o Programa Alimentar Mundial da ONU, 828 milhões de pessoas, mais de um décimo da Humanidade, vai dormir cada noite com fome. Cerca de 45 milhões estão a morrer de fome

4 novembro 2022 0:21

O discurso de vitória de Lula voltou a um dos temas e ações mais importantes das suas presidências anteriores: garantir que cada pessoa tome um pequeno-almoço, um almoço e um jantar, deixando de viver sob a tormenta diária da fome. Foi coerente consigo próprio, com a sua campanha e com uma prioridade humana essencial. Mas é preciso reconhecer que não foi fundamentalmente pela expectativa desta resposta que ganhou as eleições, mas antes pelo temor que o desastre pandémico, a arrogância militarizada e a boçalidade do adversário criaram entre pessoas das mais sofridas do país. Ao contrário da sua primeira vitória, Lula não foi agora eleito por um movimento que aspirava a uma mudança social urgente, foi eleito pelo desespero perante a selvajaria bolsonarista e para evitar que o país continuasse a afundar-se. A esperança de uma viragem progressista é curta e, aliás, o que disso houver vai ser depressa atenuado pelas composições das alianças de governo e pelo negócio orçamental com os coronéis das amibas políticas que dominam o parlamento, o “centrão”.