4 novembro 2022 0:14
Travar a inflação sem provocar uma recessão é quase impossível. E mesmo assim não será fácil. Mas o Banco Central Europeu não tem outra alternativa
4 novembro 2022 0:14
Sem surpresas, o Banco Central Europeu (BCE) voltou a subir as taxas de juro na semana passada e leva já um aumento acumulado de dois pontos percentuais desde julho. Deverá voltar a fazê-lo em dezembro, quando tiver a última reunião do ano. Que a subida é rápida e vertiginosa ninguém duvida; nem em 2008, no auge da crise financeira, foi tão veloz. Que agrava drasticamente as prestações dos créditos também não; em alguns casos em mais de 50% no espaço de ano e meio. Que acaba de vez com a fantástica almofada que ajudou Centeno e Leão a conseguirem brilharetes no défice idem. Convém, ainda assim, não haver grandes ilusões: não é normal ter juros negativos e muito menos tê-los durante quase uma década. Taxas Euribor a 6 meses em redor dos 2,2%, o atual valor, são até baixas para o padrão histórico. Mais ainda se nos lembrarmos que, em termos reais (descontando a inflação), estão ainda bem negativas. Bem-vindos ao mundo real.