Opinião

Crise? Qual crise?

4 novembro 2022 0:30

Nunca o luxo vendeu tanto. Nunca tantos estiveram em risco de pobreza. É um paradoxo. Mas não é novidade. O excesso de liquidez aproveita mais aos ricos do que aos pobres

4 novembro 2022 0:30

Os tempos vão de feição para a indústria do luxo. Os números do terceiro trimestre brilham como diamantes. A faturação da Louis Vuitton (LVMH), a maior empresa do mundo deste sector, cresceu 22%, ligeiramente abaixo dos 24% registados nos primeiros seis meses. As receitas totais foram, até outubro, de 27,8 mil milhões de euros, mais de 10% do PIB português num ano. Um valor nunca visto. A Hermès, uma das grandes concorrentes da LVMH, também aumentou os proveitos 23% no terceiro trimestre, depois de os ter visto subir 24% no primeiro semestre. A Kering, mais modesta, cresceu “apenas” 14%. A previsão do banco HSBC é de que o sector, como um todo, cresça 7,5% em 2022.