Opinião

Conseguirá Lula da Silva pacificar um Brasil polarizado?

4 novembro 2022 0:40

Renato Lessa e Carmen Fonseca

Ex-Presidente brasileiro venceu presidenciais por curta margem e adeptos do derrotado Bolsonaro ocuparam estradas a exigir intervenção militar

4 novembro 2022 0:40

Renato Lessa e Carmen Fonseca

SIM A opção pelo “sim” decorre de dois fatores. Releva, antes de tudo, de um sentimento pessoal deste escriba, movido pelo desejo de que as coisas corram o menos mal possível. E que o abismo existencial e político instalado no Brasil possa ser mitigado.

Decorre ainda do reconhecimento de um facto: no contexto brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva é o único ator dotado da capacidade de agregar um universo tão heterogéneo quanto o espectro político que, da esquerda ao centro-direita, se perfilou por trás de si na segunda volta das eleições presidenciais. Não há no Brasil, neste momento, quem o possa fazer de modo mais amplo e consistente. Trata-se de um rearranjo político incomum. O primeiro gesto em tal direção foi o convite a Geraldo Alckmin — ex-governador do Estado de São Paulo —, do campo do centro-direita e adversário político de Lula nas eleições de 2006, a integrar a chapa.