4 novembro 2022 0:35
Se a luz transforma a cor, a cor também transforma a luz, uma dialéctica que se repercute naquilo que Soulages designava como um “campo mental”
4 novembro 2022 0:35
Parecia um pseudónimo, “Pierre Soulages”, de tal forma convinha ao artista falecido na semana passada, aos 102 anos. Fascinado por pedras como as que se encontram na sua região natal, a Occitânia (dólmens, menires, grutas), havia nele algo de primitivo ou rupestre, digamos assim. Quanto ao apelido, Soulages, lembra o verbo francês “soulager”, que significa acalmar, aliviar, confortar, consolar, minorar, mitigar. E em que medida fez a arte de Soulages alguma dessas coisas, ou todas elas? Fazia-o ao escolher o negro como cor dominante, nas suas infinitas e insuspeitas e tonalidades, mostrando que o negro não significa fatalmente escuridão, noite, cegueira, luto.
Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.